Sobre Dança

" Há alguns anos, encontrei na Índia um mestre yogi autêntico e muito considerado. Revelei-lhe meu desejo de fazer yoga de maneira profunda, e não essa ginasticazinha para gente de sociedade com hipertensão aque estamos habituados. Ele me respondeu: " a palavra yoga significa união. Esta união, você poderá encontrá-la na dança, pois a dança também é união. Você é dançarino. Shiva, o Senhor do mundo, o grande yogi, tem igualmente o nome de Nataraja, o rei da dança...você é dançarino, voce tem sorte. Que a sua dança seja o seu yoga, não procure outro". Mais tarde, na hora de nos separarmos, olhou-me e disse: "Ah! Se todos os ocidentais pudessem reaprender a dançar".
Dançar é tão importante para um criança quanto falar, contar ou aprender geografia. É essencial para a criança que nasce dançando, não desaprender essa linguagem pela influência de uma educação repressiva e frustante. É preciso que cada um de nós, ao sair de um espetáculo de dança que o tenha entusiasmado, se debruce sobre esse problema e o encare ao nível da existência e não apenas no do espetáculo, transpondo desse modo a satisfação interior para o plano da participação duradoura.
A dança nasce da necessidade de dizer o indizível, de conhecer o desconhecido, de estar em relação com o outro. É uma das raras atividades em que o homem se encontra totalmente engajado: corpo, espírito e coração. A dança é também uma meditação, um meio de conhecimento, a um só tempo introspectivo e do mundo exterior."            (Maurice Béjart - Prefácio Livro Dançar a Vida - Roger Garaudy)

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